Dicionário de Cultura Básica/Iluminismo

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ILUMINISMO (Enciclopédia: movimento cultural do Setecentos) → Racionalismo

O Racionalismo francês desaguou no Iluminismo ou Ilustração, corrente do pensamento que vigorou ao longo do século XVIII, o chamado "século das luzes", daí o nome de Iluminismo ou de Ilustração. Aderindo a um novo conceito de razão, não a dedutiva cartesiana fundamentada no axioma das idéias inatas, mas uma razão "operativa", apoiada sobre os dados fornecidos pelos sentidos, os teóricos da Ilustração tiveram como meta a luta contra a ignorância e a superstição. Convencidos de que o desenvolvimento das ciências naturais levaria inevitavelmente o homem a dominar as forças da natureza, os iluministas sonhavam com a idéia de que a sociedade humana pudesse ser reorganizada em bases estritamente racionais, banindo-se qualquer tipo de preconceito religioso. O pensador mais importante da corrente iluminista foi John Locke (→ Liberalismo), cuja obra influenciou a proclamação da Constituição americana e o regime democrático de outros povos. Tal atmosfera cultural, impregnada de uma grande euforia, surtiu seus efeitos práticos na elaboração da Encyclopédie ou Dictionnaire Raisonné des Sciences, des Artes et des Métiers. De 1751 a 1766, na confecção desta obra monumental, várias vezes interrompida pela censura eclesiástica, colaboraram uns sessenta escritores, entre cientistas e intelectuais, destacando-se Denis Diderot e Jean Le Rond D’Alembert (os idealizadores e executores do projeto), Condillac (sensualista), Helvetius (materialista), Barão d’Holbach (ateísta), Buffon (naturalista), Turgot (economista), Du Marsais (gramático), além da famosa tríade de escritores, Voltaire, Rousseau e Montesquieu, cujas obras lançaram os fundamentos ideológicos da Revolução Francesa. Esta teve como ideal fundamental acabar com qualquer forma de Absolutismo (político, religioso ou ético), apregoando os ideais democráticos de "liberdade, igualdade e fraternidade", em vista de que todo o poder emana do povo.