Marília de Dirceu/IV/VI

Wikisource, a biblioteca livre


Ergue-te, ó Pedra, desde a margem fria,
Que os muros banha à Lusitana Atenas,
Mostra-me as desmaiadas açucenas
Do rosto, que me ocupa a fantasia.

Deixa que eu beije a mão, que pôde um dia
Ceder de amor às lastimosas cenas;
Que entre as ânsias, a dor, a mágoa, as penas
Renove a saudosa idolatria.

Solto do véu mortal, ó Feliz Astro
Une ao cadáver a truncada testa,
Levanta o belo de colo de alabastro:

Uma alma grande junto a ti protesta
Fazer a glória da defunta Castro;
A ilustre neta vês: Maria é esta.

À ilustríssima e Excelentíssima Senhora Condessa de Cavaleiros, D. Maria José de Eça e Bourbon.