O Brasil Anedótico/CCVI

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João Luso — "Elogios", pág. 38.

Entre as anedotas singelas que Raimundo Correia costumava contar, uma havia, que patenteava flagrantemente a sua modéstia. Ocorrera, no dizer do narrador, por ocasião da sua permanência em Portugal como secretário de legação.

Achava-se o poeta do Mal Secreto, uma noite, em um grupo de homens de letras, em Lisboa, quando, apresentado a um deles, este se lançou a fazer-lhe elogios derramados, declarando conhecer toda a sua obra.

— Imagine o senhor, — dizia-lhe o escritor, no seu entusiasmo, — que eu o admiro tanto, que sei até um dos seus sonetos de cor.

— E recitou-me concluía Raimundo, — um soneto... de Bilac!