O Brasil Anedótico/CV

Wikisource, a biblioteca livre

Ernesto Sena — "Deodoro", pág. 42.

Em uma das reuniões preparatórias do movimento republicano, a 6 de novembro, em casa de Benjamim Constant, assentavam-se planos quando Benjamim, de repente, indagou:

— E que faremos do "nosso Imperador"?

Um silêncio profundo foi a resposta. A figura bondosa e justa do monarca infundia respeito a todos aqueles conspiradores, impedindo uma resolução. Quebrou, porém, esse silêncio, o tenente Manuel Inácio.

— Exila-se! — disse.

— E se resistir?

— Fuzila-se! — declarou o tenente.

Todos se levantaram, numa reprovação,

— Oh! fez Benjamim, refletindo a repugnância de todos. — O senhor é sanguinário!

E entre a aprovação geral:

— Ao contrário, devemos cercá-lo de todas as garantias e considerações, porque é um nosso patrício, e muito digno!