O Brasil Anedótico/CXLVI

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Ernesto Sena — "Deodoro", pág, 160.

Não obstante a sua fisionomia austera, Deodoro era um espírito alegre e gostava de pilheriar. Como não tivesse tido filhos nem filhas, costumava beijar na testa as sobrinhas, onde as encontrava.

Um dia, estando em despacho, entrou uma destas, e Deodoro beijou-a. Afonso de Carvalho, ministro da Justiça, e velho magistrado, ponderou, gracejando, que aquele ósculo não era constitucional.

— Por que? — perguntou o marechal, intrigado.

— Porque não foi na forma do art. 40 da Constituição da República.

— Errou, meu caro amigo, — retrucou o marechal; — isso pertence exclusivamente ao expediente do meu gabinete particular.

E retomando o trabalho:

— Referendará você os que eu der na coroa de monsenhor Brito...