O Brasil Anedótico/LXXIV

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Paulo Barreto — Discurso de recepção na Academia Brasileira de Letras

Guimarães Passos havia tido uma namorada de meninice, cuja mão jamais disputou, e que acabou casando com outro, com o qual teve um filho, a quem deu o nome de Antônio. O poeta é que nunca esqueceu a noiva perdida. Às vezes, alta noite, nas rodas de boêmia, entristecia de repente, levantando-se da mesa.

— Aonde vais? — indagavam os outros.

E ele, soturno:

— Vou pensar na mãe do Antônio.

E metia-se em casa, até de manhã.