Eu (Augusto dos Anjos, 1912)/O Lupanar

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O Lupanar


Ah! Porque monstruosissimo motivo
Prenderam para sempre, nesta rêde,
Dentro do angulo diédro da parede,
A alma do homem polygamo e lascivo?!

Este logar, moços do mundo, vêde:
E’ o grande bebedouro collectivo,
Onde os bandalhos, como um gado vivo,
Todas as noites, vêm matar a sêde!

E’ o aphrodistico leito do hetaïrismo,
A antecámara lúbrica do abysmo,
Em que é mister que o genero humano entre,

Quando a promiscuidade aterradora
Matar a ultima força geradora
E comer o ultimo ovulo do ventre!