Soneto Circular

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A bela dama ruiva e descansada,
De olhos longos, macios e perdidos,
Co'um dos dedos calçados e compridos
Marca a recente página fechada.
   
Cuidei que, assim pensando, assim colada
Da fina tela aos flóridos tecidos,
Totalmente calados os sentidos,
Nada diria, totalmente nada.
   
Mas, eis da tela se despega e anda,
E diz-me: - "Horácio, Heitor, Cibrão, Miranda,
C. Pinto, X. Silveira, F. Araújo,
   
Mandam-me aqui para viver contigo."
Ó bela dama, a ordens tais não fujo.
Que bons amigos são! Fica comigo.