Wikisource, a biblioteca livre
Bendize, minha alma, a Jeová. Ó Jeová, Deus meu, tu és mui grande; Estás vestido de honra e de majestade,
Tu que te cobres de luz como dum manto, Que estendes o céu como uma cortina,
És quem põe nas águas as vigas das suas câmaras, Quem faz das nuvens o seu carro, Quem anda sobre as asas do vento,
Quem faz dos seus mensageiros ventos, Dos seus ministros fogo chamejante;
Quem lançou os fundamentos da terra, Para que não fosse abalada para sempre.
Cobriste-a dum abismo como duma vestidura; As águas ficaram acima das montanhas.
À tua repreensão fugiram, À voz do teu trovão puseram-se em retirada
(Elevaram-se as montanhas, desceram os vales), Para o lugar que lhes tinha preparado.
Puseste-lhes barreiras, para que não ultrapassem, Para que não tornem a cobrir a terra.
Tu és quem faz sair fontes no vale; Elas correm entre os montes;
Dão de beber a todos os animais do campo; Os asnos monteses matam a sua sede.
Junto delas as aves do céu têm o seu pouso, Dentre a ramagem fazem ouvir o seu canto.
Ele, das suas câmaras, rega os montes; A terra se farta dos frutos das suas obras.
Faz crescer a relva para o gado, E a erva para corresponder ao trabalho do homem, Para fazer sair alimento do seio da terra,
O vinho que alegra o coração do homem, O azeite que faz reluzir o seu rosto, E o pão que fortalece o coração do homem.
São saciadas as árvores de Jeová, Os cedros do Líbano que ele plantou,
Nos quais fazem ninhos as aves; Quanto à cegonha, a sua morada está nos ciprestes.
Para as cabras monteses são as altas montanhas, Os penhascos são refúgios para os querogrilos.
Ele fez a lua para marcar as estações; O sol conhece o seu ocaso.
Tu fazes as trevas, e vem a noite, Na qual saem todos os animais da selva.
Os leões novos rugem em busca da presa, E pedem a Deus de comer.
Mal nasce o sol, recolhem-se, E vão deitar-se nos seus covis.
O homem sai para o seu trabalho, E para a sua ocupação até à tarde.
Quão numerosas são as tuas obras, Jeová! Todas elas as fizeste com sabedoria: Cheia está a terra das tuas riquezas.
Eis ali o mar grande e vasto, No qual se movem inumeráveis seres, Animais, tanto pequenos como grandes.
Ali andam os navios; Ali está leviatã que formaste para nele folgar.
Todos estes esperam de ti, Que lhes dês de comer a tempo.
Tu lhes distribuis, e eles apanham; Abres a mão, eles são saciados de bens.
Escondes o teu rosto, eles ficam perturbados; Tira-lhes o fôlego, eles morrem, E voltam ao seu pó.
Envias o teu espírito, eles são criados; E renovas a face da terra.
Permaneça para sempre a glória de Jeová, Regozije-se Jeová nas suas obras.
Ele olha para a terra, e ela estremece; Toca as montanhas, e elas fumegam.
Cantarei a Jeová, enquanto eu viver; Cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu subsistir.
Seja-lhe agradável a minha meditação; Eu me regozijarei em Jeová.
Sejam da terra extirpados os pecadores, E Não subsistam mais os perversos. Bendize, minha alma, a Jeová. Louvai a Jeová.