Archivo nobiliarchico brasileiro/Caxias (Barão, Visconde, Conde, Marquez e Duque de)

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CAXIAS. (Barão, Visconde, Conde, Marquez e Duque de) Luiz Alves de Lima e Silva.

Nasceu no Rio de Janeiro, no Arraial do Porto da Estrella, em 25 de Agosto de 1803.

Falleceu em sua Fazenda de Santa Monica em 7 de Maio de 1880.

Filho do Marechal Senador Francisco de Lima e Silva, que foi um dos tres membros da regencia, nomeados no dia da abdicacação de D. Pedro I, em 7 de Abril de 1831, e que falleceu em 2 de Desembro de 1853, e de sua mulher D. Marianna Candida de Oliveira Bello, que falleceu em 11 de Novembro de 1841, Dama Honoraria de S. M. a Imperatriz. Era irmão do Conde de Tocantins e da Baroneza de Suruhy.

Casou em 6 de Janeiro de 1833 com D. Anna Luiza Carneiro Vianna, nascida em 30 de Desembro de 1816 e fallecida no Rio de Janeiro em 23 de Março de 1874. Era filha do Conselheiro Paulo Fernandes Vianna e de sua mulher D. Luiza Rosa Carneiro da Costa, que era filha de Braz Carneiro Leão e de sua mulher D. Anna Francisca Maciel da Costa, Baroneza de S. Salvador de Campos.

Eram paes da Baroneza de Ururahy, D. Anna Francisca de Loreto. Reconhecido cadete aos 5 annos de idade, no 1º Regimento de Infantaria da Côrte, cursou com brilhantismo a Real Academia Militar em 1823.

Ainda Tenente, foi fazer a Campanha da Bahia e, desde esta data, a sua gloriosa espada esteve sempre em defeza da Patria. Em 1835, occorrendo a revolução do Rio Grande do Sul, que durou 10 annos, foi o então Barão de Caxias o pacificador desta terrivel lucta. Em 1840 pacifica o Maranhão; em 1842, depois de alguns combates, suffocou o rebellião nas Provincias de S. Paulo e Minas Geraes, derrotando os rebeldes em Santa Luzia a 20 de Agosto de 1842. Em 1851, declarada a guerra entre o Brasil e o dictador Rosas, foi ainda o Conde de Caxias que, á frente de 18.000 brasileiros, em Setembro desse anno, entrou no Territorio Oriental e, a 18 de Outubro, Oribe rendia-se com todo o seu Exercito. Fez toda a Campanha do Paraguay e, como Commandante em chefe das forças brasileiras, levou de vencida os Paraguayos successivamente nas Batalhas de Tuyuty, Humaytá, Uruguayana, etc, até a entrada triumphal em Assumpção, em 5 de Janeiro de 1869.

Foi Marechal do Exercito Brasileiro, Senador pela Provincia do Rio Grande do Sul, em 1845, Conselheiro de Estado em 1870; era Grande do Imperio, Adjudante de Campo de S. M. o Imperador. Foi Ministro da Guerra no 12º Gabinete de 1853, Presidente do Conselho em 1856, 1861 e 1875, gerindo sempre a Pasta da Guerra.

Era Grã-Cruz da I. Ordem do Cruzeiro, da I. Ordem de D. Pedro I (unica pessoa que possuio a Grã-Cruz desta Ordem, reservada sómente aos Principes de sangue), da I. Ordem de S. Bento de Aviz, Grã-Cruz effectivo da I. Ordem da Rosa, da Ordem de N. S. da Conceição de Villa Viçosa de Portugal, etc.

Tinha as seguintes medalhas: Medalha Oval da Independencia da Bahia com passador de oiro, a Commemorativa da rendição de Uruguayana, a do Exercito Oriental do Uruguay, a de oiro de Merito e Bravura Militar e a da Campanha do Paraguay, com passador de oiro.

BRAZÃO DE ARMAS: Escudo partido em seis quarteis: no primeiro as armas dos Silvas, — de prata, um leão de purpura, rompente, armado de azul; ne segundo de oiro, cinco estrellas de góles, com cinco pontas, póstas em aspa; no terceiro as armas dos Limas, — de oiro, quatro palas de góles; no quarto, de azul, cinco flôres de liz de oiro, póstas em aspa; no quinto, de prata, uma pereira de sinople, entre um crescente de oiro e uma flôr de liz de mesmo; no sexto as armas dos Ferreiras, — de góles, quatro faxas de oiro; e por differença uma brica de prata com um farpão de sable.

CREAÇÃO DOS TITULOS: Barão por decreto de 18 de Julho de 1841. Visconde por decreto de 15 de Agosto de 1843. Conde por decreto de 25 de Março de 1845. Marquez por decreto de 20 de Junho de 1852. Duque por decreto de 23 de Março de 1869.