As Doutoras/IV/VII

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Personagens: OS MESMOS e EULÁLIA

EULÁLIA (Entrando com um pires na mão.) — Cá está, patroa, cá está. Isto não é nada: o que o pequeno tem é uma dor de barriga.

MARIA — O que é que trazes aí no pires?

EULÁLIA — Algodão queimado com óleo de amêndoas doces, senhora! É um santo remédio. Chimpa-se isto no umbigo da criança e não há dor de barriga que lhe resista.

LUÍSA — Vamos, Eulália, vamos!

EULÁLIA — O melhor é levá-lo para o berço! (Luísa leva a criança para o berço.)

MARIA (Baixo a Praxedes.) — Vai ali junto àquele berço e se és capaz convence a tua doutora de todas essas belas teorias que pregaste há pouco. Anda, vai, meu reformador!

PRAXEDES — Parece incrível!

LUÍSA — Dir-se-ia que está mais aliviadinho.

EULÁLIA (Aplicando o curativo.) — Ora, ora! Daqui a pouco está a dormir que é um gosto. É santo remédio, senhora! Quisera de contos de réis às vezes que fomentei o umbigo da menina com isto. Uma ocasião ainda me lembro.

LUÍSA — Não faças barulho, ele está dormindo!

PRAXEDES (Consigo.) — Contado não se acredita!

LUÍSA — Psiu! Papai! Pode acordá-lo... (A Maria, dirigindo-se para a esquerda.) Não faça barulho, mamãe! (Maria sai nas pontas dos pés pela esquerda. Praxedes senta-se pensativo. Eulália e Luísa embalam o berço.)