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Dai-me hũa lei, Senhora, de querer-vos

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Dai-me hũa lei, Senhora, de querer-vos,
Porque a guarde sobpena de enojar-vos;
Pois a fé que me obriga a tanto amar-vos
Fara que fique em lei de obedecer-vos.

Tudo me defendei, senão só ver-vos
E dentro na minha alma contemplar-vos;
Que se assi não chegar a contentar-vos,
Ao menos nunca chegue a aborrecer-vos.

E se essa condição cruel e esquiva
Que me deis lei de vida não consente,
Dai-ma, Senhora, ja, seja de morte.

Se nem essa me dais, he bem que viva,
Sem saber como vivo, tristemente;
Mas contente estarei com minha sorte.