Discurso de Tomada de Posse do Presidente Washington Luís (15 de novembro de 1926)

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O Sr. Washington Luís respondeu [ao Presidente Arthur Bernardes, após receber a transmissão do cargo, no Palácio do Catete] dizendo, em resumo, que acabava de atravessar as ruas do Rio de Janeiro entre palmas e aclamações. Elas se dirigem, antes, ao próprio regime, de que a si, e, disse S. Exa., é de justiça transmiti-las a Vossa Excelência que foi num dado momento, não só Governo, como a própria Pátria

Se aqui estamos reunidos, acrescenta S.Exa., se o Brasil continua uno e indivisível, se está de pé o próprio regime, devemo-lo à intrepidez de Vossa Excelência, à decisiva energia com que defendeu as instituições, num dos mais duros, mais rijos e mais ásperos momentos da vida nacional.

Voltando à sua vida particular, Vossa Excelência leva a segurança de ter cumprido nobremente o seu dever.

Cabe-me felicitá-lo em nome da Nação, e afirmar o meu decidido intuito de trabalhar por uma Pátria grande, forte e poderosa.

[...] Depois de haverem formado em círculo os representantes diplomáticos estrangeiros, adiantou-se o Sr. Embaixador Edwin Morgan que, na qualidade de decano do Corpo Diplomático, proferiu o seguinte discurso: [...]

O Sr. Presidente Washington Luís respondeu nos seguintes termos:

Senhores, Agradeço, Senhor Embaixador, as atenciosas palavras que Vossa Excelência acaba de me dirigir, em nome dos Embaixadores e das Embaixadas Especais ou das Missões Diplomáticas acreditadas junto ao Governo Brasileiro.

É motivo para mim de grande júbilo, ao assumir o Governo, receber das Potências amigas, pelos seus representantes, as expressões cordiais dos seus afetuosos sentimentos, a que o Brasil é sempre mui sensível, e que o Brasil retribui com sincera efusão e verdadeiro desvanecimento.

As amáveis expressões, com que Vossa Excelência se refere à minha passagem pela administração de São Paulo, revelam bem o carinho com que os povos amigos acompanham a própria vida das circunscrições em que se divide o país, cujas condições naturais e cuja cultura política merecem de Vossa Excelência palavra tão cativantes.

Seria desnecessário assegurar aos Augustos soberanos e Governos aqui representados que empregarei todos os meus esforços em beneficio da paz, que é a maior garantia do progresso e da felicidade dos povos.

Muito penhorado me confesso, Senhor Embaixador, pelos termos expressivos de que Vossa Excelência se serviu, com relação ao Brasil e à minha pessoa. Faço, por minha vez, ardentes votos pela ventura de cada um dos Embaixadores especiais e dos Membros do Corpo Diplomático, e pela felicidade pessoal dos Soberanos e Chefes de Estado que representam, aos quais dirijo, como aos seus dignos representantes, as mais efusivas homenagens.