A Alma do Lázaro/II/XXXI: diferenças entre revisões

Wikisource, a biblioteca livre
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Giro bot (discussão | contribs)
m Bot: Mudança automática (-Segunda Parte: O Diário, Capítulo +Segunda Parte: O Diário,)
m clean up
 
Linha 21: Linha 21:


Assim terminava o canhenho do lázaro. Expulso do Recife, pela plebe irritada com os últimos sucessos, refugiou-se na casa abandonada de Olinda, onde terminou afinal a imensa e cruel agonia de uma existência nunca vivida, mas tão penada.
Assim terminava o canhenho do lázaro. Expulso do Recife, pela plebe irritada com os últimos sucessos, refugiou-se na casa abandonada de Olinda, onde terminou afinal a imensa e cruel agonia de uma existência nunca vivida, mas tão penada.

[[Categoria:A Alma do Lázaro|Segunda Parte: O Diário: 31]]
[[Categoria:A Alma do Lázaro|Segunda Parte: O Diário: 31]]

Edição atual desde as 00h33min de 11 de outubro de 2008

Eis-me outra vez no mundo e só... Só, não; que me acompanham ainda e sempre o meu desespero, e a sanha do mundo.

O fogo não me quis; teve asco de mim, como tivera o mar, e o cão danado. Não ousou tocar-me; tal é a repulsão que derramo em torno.

Com o incêndio abateu-se uma parede do aposento em que me achava, levantando a extremidade oposta do soalho com tal violência, que me arremessou pela janela em cima de um telhado, donde escorreguei ao chão.

Só pela madrugada pude arrastar-me ao montão de ruínas e deitar-me no brasido onde jaziam as cinzas de Úrsula.

Daqui, desse mesmo lugar que ninguém disputaria a um cão, expulsou-me o ódio da gente.



Assim terminava o canhenho do lázaro. Expulso do Recife, pela plebe irritada com os últimos sucessos, refugiou-se na casa abandonada de Olinda, onde terminou afinal a imensa e cruel agonia de uma existência nunca vivida, mas tão penada.