A Divina Comédia (Xavier Pinheiro)/grafia atualizada/Inferno/IV: diferenças entre revisões
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Empédocle e Diógenes falavam,<br/> |
Empédocle e Diógenes falavam,<br/> |
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Dióscoris, o que a natura outrora |
Dióscoris, o que a natura outrora<br/> |
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Sábio estudara, Orfeu, Túlio eloqüente, |
Sábio estudara, Orfeu, Túlio eloqüente,<br/> |
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Sêneca, o douto, que a moral explora,<br/> |
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Lívio, Euclides, Hipócrates ingente, |
Lívio, Euclides, Hipócrates ingente,<br/> |
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Ptolomeu, Galeno e o Avicena; |
Ptolomeu, Galeno e o Avicena;<br/> |
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Averróis, nos comentos sapiente.<br/> |
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Resenha não me é dado fazer plena |
Resenha não me é dado fazer plena<br/> |
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De todos; longo o assunto está-me urgindo, |
De todos; longo o assunto está-me urgindo,<br/> |
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E a ser omisso muita vez condena.<br/> |
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A companhia então se dividindo, |
A companhia então se dividindo,<br/> |
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Comigo o Mestre outra vereda trilha, |
Comigo o Mestre outra vereda trilha,<br/> |
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Do ar sereno ao ar, que treme, vindo: |
Do ar sereno ao ar, que treme, vindo:<br/> |
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Chegados somos onde luz não brilha.<br/> |
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Revisão das 21h11min de 26 de fevereiro de 2005
Dante é despertado por um trovão e acha-se na orla do primeiro círculo. Entra depois no Limbo, onde estão os que não foram batizados, crianças e adultos. Mais adiante, num recinto luminoso, vê os sábios da antigüidade, que, embora não cristãos, viveram virtuosamente. Os dois poetas descem depois ao segundo círculo.
Tradução brasileira | Original italiano |
Desse profundo sono fui tirado Ergui-me, e, os olhos quietos já volvendo, A verdade é que então na borda estava Tão escuro, profundo e nebuloso “Eia! Baixemos, pois, da treva ao mundo!” — Tornei-lhe, a palidez sua notando: “Dos que lá são o angustioso estado “Vamos: longa a jornada exige pressa”. Escutei: não mais pranto lastimeiro Pesares sem martírio os motivavam “Conhecer” — meu bom Mestre diz — “não queres “Que não pecaram: boas obras tendo “Na vida antecedendo o Cristianismo, “Por tal defeito — os mais nos não mancharam — Ouvi-lo, em dor o coração me lança, “Ó Mestre! Ó meu Senhor! diz-me — inquiria, “Por seu merecimento ou pelo alheio E falou-me: “Des’pouco aqui trazido, “Almas levou — do nosso pai primeiro, “Davi, que sobre o povo hebreu reinara, “Para a glória outros muitos mais afasta Andávamos, enquanto isto memora, E da entrada não longe ainda estando, Dali distantes ainda nos achamos “Ó tu, que és honra da ciência e da arte, Falou Virgílio: “— Assim são distinguidos Eis voz escuto sonorosa e clara: Quatro sombras notei, quando aquieta E disse o Mestre, após alguns instantes: É Homero, o poeta soberano; Como lhes cabe o nome assinalado A bela escola assim vi reunida Discursado entre si tendo algum tanto, Mais foi-me alto conceito manifesto, Té o clarão comigo se moveram, Chegamos junto a um fúlgido castelo Passei-o a pé enxuto; acompanhado Graves, pausados olhos meneando A um lado, sobre viso luminoso No verde esmalte o Mestre me indicava Eletra vi de heróis na companhia, Pentesiléia vi e o rosto ardido Notei Márcia, Lucrécia e o que Tarquino Alçando os olhos, de respeito entrado, Todos com honra e acatamento o estimam. Demócrito, o atomista, acompanhavam Dióscoris, o que a natura outrora Lívio, Euclides, Hipócrates ingente, Resenha não me é dado fazer plena A companhia então se dividindo, Chegados somos onde luz não brilha. |
Índice | Canto 5 |