Espumas Flutuantes (1913)/As Três Irmãs do Poeta: diferenças entre revisões

Wikisource, a biblioteca livre
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Sem resumo de edição
 
Lucia Bot (discussão | contribs)
m Retirando categorias redundantes
Linha 4: Linha 4:
|notas=Traduzido por [[Autor:Castro Alves|Castro Alves]]
|notas=Traduzido por [[Autor:Castro Alves|Castro Alves]]
}}
}}
[[Categoria:Castro Alves]]
[[Categoria:Poesia brasileira]]


<BR>&nbsp;
<BR>&nbsp;
Linha 35: Linha 33:
<BR>Teu cântico gelar-se no meu seio?!"
<BR>Teu cântico gelar-se no meu seio?!"
<BR>-"Eu cantarei no céu" - diz-lhe o Poeta!
<BR>-"Eu cantarei no céu" - diz-lhe o Poeta!



''([[Espumas Flutuantes]], 12)''
''([[Espumas Flutuantes]], 12)''

[[Categoria:Castro Alves]]

Revisão das 22h12min de 31 de outubro de 2009


 
É Noite! as sombras correm nebulosas.
Vão três pálidas virgens silenciosas
Através da procela irrequieta.
Vão três pálidas virgens... vão sombrias
Rindo colar num beijo as bocas frias...


Na fronte cismadora do Poeta:
"Saúde, irmão! Eu sou a Indiferença.
Sou eu quem te sepulta a idéia imensa,
Quem no teu nome a escuridão projeta...
Fui eu que te vesti do meu sudário...
Que vais fazer tão triste e solitário?..."


- "Eu lutarei!" - responde-lhe o Poeta.
"Saúde, meu irmão! Eu sou a Fome.
Sou eu quem o teu negro pão consome...
O teu mísero pão, mísero atleta!
Hoje, amanhã, depois... depois (qu'importa?)
Virei sempre sentar-me à tua porta..."


-"Eu sofrerei"-responde-lhe o Poeta.
"Saúde, meu irmão! Eu sou a Morte.
Suspende em meio o hino augusto e forte.
Marquei-te a fronte, mísero profeta!
Volve ao nada! Não sentes neste enleio
Teu cântico gelar-se no meu seio?!"
-"Eu cantarei no céu" - diz-lhe o Poeta!

(Espumas Flutuantes, 12)