Poemas e Canções (Vicente de Carvalho, 1917)/Cantigas praianas/III: diferenças entre revisões

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Revisão das 20h40min de 18 de abril de 2013

<poem> Vai, branca e fugidia, A nuvem pelo ar: Roça de leve a lua, Embebe-se de luar.

E toda resplandece No brilho do luar, Mas pouco a pouco passa E perde-se no ar.

Minha alma na tua alma -Nuvem que trouxe o vento - Passou por um instante, Roçou por um momento.

E toda luminosa Brilhou...Foi um momento: Passou como uma nuvem Levada pelo vento.

Eu refleti apenas Um brilho que era teu; Passei, e tu ficaste, Ficou comigo o céu.

Sonhei...Que belo sonho Vivido em pleno céu! Mas, ai! sonhei apenas Um sonho todo teu...

A vida era uma aurora, E a tua voz suave Cantava em meu ouvido Como um gorjeio de ave.

Mentias...E a mentira Era um gorjeio de ave... Morresse eu enganado De engano tão suave!

Que angústias na lembrança De tudo que perdi! Ai, beijos dêsse lábio Que hoje nem me sorri...

Vestígio derradeiro Que me ficou em ti, Bendita esta saudade De tudo que perdi!

Sim, eu bendigo em pranto O amor abandonado Que foi um dia o sonho De amar e ser amado.

Quem ama sempr, um dia Deixa de ser amado: Somente o amor que foge Não é abandonado...

Que resta em nós agora Da primavera em flor? Em ti, o esquecimento, Em mim, o meu amor.

Amor desfeito em mágoa Mas abençoado amor, Que foi, um dia ao menos, A primavera em flor...