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— Tudo obra minha, veja !
— Tudo obra minha, veja !
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O DRAMA DA GEADA


JUNHO. Manhã de neblina. Vegetação entanguida de frio. Em todas as folhas o recamo de diamantes com que as adereça o orvalho.

Passam colonos para a roça, retransidos, deitando fumaça pela bocca.

Frio. Frio de geada. desses que matam passarinhos e nos põem sorvete dentro dos ossos.

Sahiaramos cedo, a ver cafesaes, e alli pararamos, no viso do espigão, ponto mais alto da fazenda. O major, dobrando o joelho sobre a cabeça do socado, voltou o corpo para o mar de café, aberto ante os nossos olhos, e disse, num gesto largo:

— Tudo obra minha, veja !