Fausto (traduzido por António Feliciano de Castilho)/Quadro XVIII: diferenças entre revisões

Wikisource, a biblioteca livre
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Ozymandias (discussão | contribs)
nova página: {{navegar |obra=Fausto |autor=Goethe |tradutor=António Feliciano de Castilho |anterior=Fausto (traduzi...
 
m →‎top: clean up utilizando AWB
 
Linha 1: Linha 1:
{{navegar
{{navegar
|obra=[[Fausto (traduzido por António Feliciano de Castilho)|Fausto]]
|obra=[[../|Fausto]]
|autor=Goethe
|autor=Goethe
|tradutor=António Feliciano de Castilho
|tradutor=António Feliciano de Castilho
|anterior=[[Fausto (traduzido por António Feliciano de Castilho)/Quadro XVII|Quadro XVII]]
|anterior=[[../Quadro XVII|Quadro XVII]]
|posterior=[[Fausto (traduzido por António Feliciano de Castilho)/Quadro XIX|Quadro XIX]]
|posterior=[[../Quadro XIX|Quadro XIX]]
|seção=Quadro XVIII
|seção=Quadro XVIII
}}
}}

Edição atual desde as 02h45min de 20 de maio de 2020

Muro da cidade, visto da parte de fora e nele um nicho, com a imagem em vulto da Senhora das Dores; uma lampadazinha, e duas jarras de flores murchas diante dela.

Cena única[editar]

MARGARIDA (só)

(Pondo flores novas nos vasos)

Ó Virgem dolorosa
inclina à desditosa
o teu benigno olhar!
Só tu, com sete espadas
no coração cravadas,
sabes o que é penar;

tu sim, que viste aflita
pender, ó mãe bendita,
o filho teu na cruz,
alçaste, com dois rios,
aos céus teus olhos pios,
chamando em vão Jesus.

Da dor que me lacera
mortal nenhum pudera
sondar a profundez.
O que este peito chora,
treme, receia, implora,
só tu, Senhora, o vês.

Que dor! Nos sonhos cevo-a;
corro a fugir-lhe, levo-a;
que dor, oh mãe, que dor!
Sozinha a ti me abraço,
e em pranto me desfaço.
Mercê! perdão! favor!

Antes que a aurora assome,
já o mal que me consome
o sono me quebrou;
sentada já no leito
regando aflita o peito
co’as lágrimas estou.

Quando hoje abro a janela,
para dos vasos dela
trazer-te um ramo aqui,
e a vejo apedrejada...
co’o choro sufocada
sem luz no chão caí.

Ó Virgem dolorosa,
inclina à desditosa
o teu benigno olhar.
Só tu, com sete espadas
no coração cravadas,
sabes o que é penar.