Eu (Augusto dos Anjos, 1912)/Eterna Magua: diferenças entre revisões

Wikisource, a biblioteca livre
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Lucia Bot (discussão | contribs)
m Retirando categorias redundantes
Sem resumo de edição
Linha 1: Linha 1:
{{navegar
{{navegar
|obra={{PAGENAME}}
|obra=Eterna Mágoa
|autor=Augusto dos Anjos
|autor=Augusto dos Anjos
|edição_override = {{edição/originais}}
}}
}}{{modernização}}


{{Página:Eu (Augusto dos Anjos, 1912).djvu/117}}
O homem por sobre quem caiu a praga

Da tristeza do Mundo, o homem que é triste

Para todos os séculos existe

E nunca mais o seu pesar se apaga!

Não crê em nada, pois, nada há que traga

Consolo á Mágoa, a que só ele assiste.

Quer resistir, e quanto mais resiste

Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga.

Sabe que sofre, mas o que não sabe

E que essa mágoa infinda assim, não cabe

Na sua vida, é que essa mágoa infinda

Transpõe a vida do seu corpo inerme;

E quando esse homem se transforma em verme

E essa mágoa que o acompanha ainda!

''([[Eu (Augusto dos Anjos)|Eu]], 51)''


[[Categoria:Pré-Modernismo]]
[[Categoria:Pré-Modernismo]]

Revisão das 22h05min de 8 de julho de 2020

Eterna Magua

 

O homem por sobre quem cahiu a praga
Da tristeza do Mundo, o homem que é triste
Para todos os seculos existe
E nunca mais o seu pezar se apaga!

Não crê em nada, pois, nada ha que traga
Consolo á Magua, a que só elle assiste.
Quer resistir, e quanto mais resiste
Mais se lhe augmenta e se lhe afunda a chaga.

Sabe que soffre, mas o que não sabe
É que essa magua infinda assim, não cabe
Na sua vida, é que essa magua infinda

Transpõe a vida do seu corpo inerme;
E quando esse homem se transforma em verme
É essa magua que o acompanha ainda!

 

Pau d’Arco — 1904