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permanente aquartelamento das legiões romanas entre os vencidos para contê-los na obediência, a organização municipal dos Romanos, que concentrava toda polícia e civilização nas cidades, abandonando a escravos a cultura dos campos, a distribuição da justiça feita pelos pretores nas juntas ou assembleias das províncias a que eram reduzidas as conquistas, os discursos, atos e documentos oficiais escritos em Latim, todo esse conjunto de circunstâncias, tendentes ao mesmo fim, era uma coisa eficiente assaz poderosa para dar curso e voga à língua dos vencedores entre os povos submetidos, que com o andar do tempo vinham a adaptá-la, quando a sua civilização não era igual ou superior à dos Romanos, como era a dos Gregos. Assim se generalizou a língua latina em quase toda a Europa Romana.

O Latim foi, como o atestam todos os documentos que chegaram até nós, língua dominante na Espanha por mais de dez séculos, espaço de tempo suficiente para se generalizar na península, expelindo o antigo céltico que ali se falava. O Espanhol moderno, que substituiu o Latim e dele se formou, não conta tão longa duração. E note-se que o generalizar-se uma língua já formada é coisa menos difícil, que o formar-se uma nova.

Já durante a luta entre César e Pompeu, ou menos de meio século antes da era cristã, toda a Espanha, donde os Romanos haviam expulsado os Cartagineses que substituíram os Fenícios, achava-se sujeita às