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leis de Roma, e os soldados espanhóis serviam nos exércitos da república, onde se distinguiam por seu valor e disciplina.

No tempo dos imperadores romanos, e com especialidade do reinado de Cláudio em diante, começaram as letras latinas a florescer na Espanha com muito esplendor. Não poucos dos escritores latinos mais notáveis dessa época ali tiveram nascimento. Sêneca, Lucano, Lúcio Floro e Marcial foram espanhóis. O mesmo Quintiliano, segundo testemunho de Ausônio e S. Jerônimo, foi também espanhol.

A Espanha deu a Roma um de seus maiores e melhores imperadores, o imperador Úlpio Trajano, que adaptou a Élio Adriano, seu parente, que lhe sucedeu no império, e conquanto nascesse em Roma, pertencia, todavia, a uma família espanhola.

Para que a Espanha se distinguisse por tantos escritores ilustres, correndo parelhas em civilização com a Itália, era necessário, que já nesse tempo, a língua latina estivesse generalizada na península; isto é, que a gente bem-educada se exprimisse em Latim culto, e o povo baixo falasse o romano rústico, como acontecia na própria Itália. O antigo céltico já se achava, então, provavelmente, circunscrito à rara população dos campos onde, pelas causas que apontamos, dificilmente penetrava a civilização romana.

Outra causa eficiente, pela ventura ainda mais poderosa que a primeira, para a propagação e o domínio do Latim na Espanha, foi a influência do cristianismo