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de hoje, com exceção de alguns termos obsoletos.

D. Duarte, rei filósofo, contemporâneo do célebre Cosme de Médicis, duque de Florença, foi um dos principais mais ilustrados da Europa naquele tempo, e irmão do infante D. Henrique que, sob seus auspícios, deu princípio aos descobrimentos feitos pelos Portugueses em África e dos quais se originou, depois, a passagem do Cabo de Boa Esperança e o descobrimento da Índia. O seu Leal Conselheiro atesta muita e variada instrução em todo gênero de conhecimentos.

A linguagem da Crônica dos Reis, por Fernão Lopes, o pai da História Portuguesa, é um português não menos correto e depurado, que o do Leal Conselheiro. Por este documento que começou a ser escrito no reinado do rei D. Fernando, aclamado rei em 1367, e cujo único título de glória foi haver animado o primeiro historiador português, pode se inferir que o Português só entrou a aperfeiçoar-se de meados do século XIV, ou antes do último período desse século em diante. Até então, o Galego era idioma mais perfeito que o Português, porque o português Vasco de Lobeira, que uns fazem contemporâneo do rei D. Dinis, e outros posteriores, mas que foi provavelmente do primeiro período do século XIV, preferiu escrever em Galego a sua história ou romance de Amadias de Gaula. Ainda em princípios do século XV, escrevia o português Macias os seus versos em Galego.