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Edição atual desde as 17h18min de 13 de abril de 2021

dominação. É fato antigo que são mais renhidas e certas as lutas onde são mais crescidos os despojos e os lucros.

Impedida a navegação e os comércio por naus conselhos. É parecer das pessoas sensatas que péssimos conselheiros ouviu o rei, quando proibiu aos holandeses o acesso à Espanha e às Indias. Sempre lhes foi fácil tolerar os medidores da terra, mas nunca os do mar. Portanto, propelidos pela necessidade, rumaram para donde as incertezas do mar, as distâncias imensas e mais ainda a novidade do tentame os dissuadiam de ir, para trazerem êles mesmos as mercadorias que estavam acostumados a comprar, primeiro aos venezianos e depois aos espanhóis e portugueses. Alegavam-se exemplos da idade antiga e da moderna, nos quais se contendas dos antigos sôbre o o domínio do mar. mostrava haverem sido perniciosos aos imperantes os mares fechaados e o tráfico dificultado, pois a audácia e o desespêro não respeitam semelhantes obstáculos e franqueiam aos navios a entrada nos portos. Aos cretenses, senhores do mar, não os sofreram os lidios, nem os pelasgos aos lídios, nem os ródios aos pelasgos, nem os frígios aos ródios. A dominação destes provocou a rivalidade dos ciprios e a dêstes a dos fenícios. Enquanto este povo se apropria do mar inteiro e da pesca e com editos exclue os outros, conquistam o senhorio das ondas os egípcios, depois os milésios, os cários, os lésbios, os foceenses e os coríntios. Arrogando-se os lacedemônios o predomínio do mar circunjacente, navegaram-no mais audazes os atenienses, impondo leis a Lacônia assim como a Egina. Como sujeitassem os tírios ao seu poder não só o mar que com êles vizinhava, mas também todo aquele que suas frotas tinham percorrido, os cartagineses, donos do mar da Sicília e da África, estimulados, freqüentaram as mesmas paragens que os tírios. Destruíram os romanos a potência marítima de Cartago. Tinham com êles pacteado os cartagineses não ultrapassassem o "Promontorium Pulchrum” na África. Envergonhou-se, porém, aquele nobre povo de que, tirando-se-lhe o mar e sendo-lhe arrebatadas as ilhas, pagasse tributos que costumava exigir. E quando senhoreou o mar inteiro, assim o que se estende aquém das Colunas de Hércules, como todo o Oceano onde fôsse navegável, dêle receberam leis marítimas Antíoco e Aníbal.

Consta de narrações verídicas que, por causa da interdição dos portos e do comércio, surgiram guerras entre israelitas e amorreus, gregos e misos, megarenses e atenienses, bolonheses e venezianos