Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923)/Hão de chorar por ella os cinnamomos: diferenças entre revisões

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Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as fl ores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.

As estrelas dirão: – “Ai! nada somos,
Pois ela se morreu, silente e fria...”
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.

A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.

Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: – “Por que não vieram juntos?”
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Revisão das 23h45min de 16 de maio de 2021

XXXIII
YSMALIA

Quando Ysmalia enlouqueceu,
Poz-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E no desvario seu,
Na torre poz-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As azas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As azas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...