Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923)/Cysnes brancos: diferenças entre revisões

Wikisource, a biblioteca livre
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
mSem resumo de edição
Linha 1: Linha 1:
<pages index="Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923).djvu" from=49 to=50 header=1 seção="Cisnes Brancos" />
<pages index="Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923).djvu" from=45 to=46 header=1 seção="Cisnes Brancos" />
{{DEFAULTSORT:Cisnes brancos}}
{{DEFAULTSORT:Cisnes brancos}}
[[Categoria:Alphonsus de Guimaraens]]
[[Categoria:Alphonsus de Guimaraens]]

Revisão das 21h57min de 29 de maio de 2021

V
CYSNES BRANCOS

O’ cysnes brancos, cysnes brancos,
Porque viestes, se era tão tarde?
O sol não beija mais os flancos
Da montanha onde morre a tarde.

O’ cysnes brancos, dolorida,
Minh’alma sente dores novas.
Cheguei á terra promettida:
E’ um deserto cheio de covas.

Voae para outras risonhas plagas,
Cysnes brancos! Sêde felizes...
Deixae-me só com as minhas chagas,
E só com as minhas cicatrizes.

Venham as aves agoireiras,
De risada que esfria os ossos...
Minh’alma, cheia de caveiras,
Está branca de padre-nossos.

Queimando a carne como brazas,
Venham as tentações damninhas,
Que eu lhes porei, bem sob as azas,
A alma cheia de ladainhas.

O’ cysnes brancos, cysnes brancos,
Doce afago de alva plumagem!
Minh’alma morre aos solavancos
Nesta medonha carruagem...