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Revisão das 19h23min de 24 de setembro de 2021

Henrique Lins

Observado, nem sempre com discrição, Santos Dumont passeia com o seu amigo Antonio Prado Júnior em Paris (1913).

em Deauville foi requisitada pelo governo francês. Seu automóvel Alda, de 4 cilindros, foi colocado à disposição da fábrica de aviões Morane-Saulnier.

Santos Dumont sentiu-se ignorado. Logo ele que havia colocado à disposição do governo francês suas aeronaves, via-se agora sendo tratado como um suspeito. Até a sua luneta astronômica que mantinha em Deauville foi confiscada com suspeita de possível uso para a vigilância marítima. Mal entendidos logo elucidados, mas, ainda assim, graves. Santos Dumont, nesta ocasião, parece ter queimado as suas anotações e desenhos de inventos.

Mas em 1915, em plena guerra na Europa, ele recebeu o convite da diretoria do Aeroclube da América para participar do II Congresso Científico Pan-americano, e em 7 de outubro chegou aos Estados Unidos. Sua preocupação era com o uso do avião na guerra, que mostrava-se cada vez mais eficiente. Em seu discurso defendeu a criação de uma “esquadra de aviões gigantes” para a defesa da costa: “Quem sabe quando uma potência européia há de ameaçar um Estado americano?... A aviação revelou-se a mais eficaz arma de guerra, tanto na ofensiva quanto na defensiva”. E concluiu profeticamente: “O aeroplano ligará os Estados do Hemisfério Ocidental em uma combinação integralmente unida, cooperativa e amistosa, aliada à conquista do seu bem-estar, das relações comerciais e esportivas, bem como do poderio bélico, em ocasião de possíveis guerras”[1].

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  1. Santos Dumont, Alberto. 1918. O que eu vi o que nós veremos. Ed. do Autor. Petrópolis. 100pp. P. 70-77.