Mensagem da Comunidade Ucraniana ao Povo Português: diferenças entre revisões

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*Só depois da desagregação da União Soviética e da recuperação da independência nacional ucraniana (1991), foi possível romper com o silêncio e a mentira. Foi instituído, no quarto sábado do mês de Novembro, o “Dia da Memória das Vítimas da Fome e das Repressões Políticas” e aprovada uma declaração do Parlamento da Ucrânia.
*Só depois da desagregação da União Soviética e da recuperação da independência nacional ucraniana (1991), foi possível romper com o silêncio e a mentira. Foi instituído, no quarto sábado do mês de Novembro, o “Dia da Memória das Vítimas da Fome e das Repressões Políticas” e aprovada uma declaração do Parlamento da Ucrânia.


*Os órgãos de soberania de diversos países ([[Resolução 356:"Expressando a opinião da Câmara dos Representantes relativamente à fome artificial que ocorreu na Ucrânia em 1932-1933"|E.U.A.]], [[Moção: "Genocídio Ucraniano"|Canadá]], Estónia, [[Declaração 1278-S-03: "Prestar homenagem às numerosas vítimas da fome provocada pelo regime totalitário soviético nos anos de 1932 e 1933 na Ucrânia"|Argentina]], [[Moção 680: "Fome da Ucrânia"|Austrália]], [[Resolução 7-00384|Itália]], Hungria, [[Declaração: "Em homenagem às vítimas das repressões políticas e da fome-genocídio na Ucrânia em 1932-33"|Lituânia]], Geórgia ou Polónia) já reconheceram o carácter genocidário do Holodomor. Por sua vez, na 58.ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas (2003) foi elaborada uma [[Declaração conjunta sobre o septuagésimo aniversário da Grande Fome de 1932-1933 na Ucrânia|declaração]], com o apoio de 63 estados-membros, prestando homenagem à tragédia nacional do povo ucraniano.
*Os órgãos de soberania de diversos países ([[Resolução 356:"Expressando a opinião da Câmara dos Representantes relativamente à fome artificial que ocorreu na Ucrânia em 1932-1933"|E.U.A.]], [[Moção: "Genocídio Ucraniano"|Canadá]], Estónia, [[Declaração 1278-S-03: "Prestar homenagem às numerosas vítimas da fome provocada pelo regime totalitário soviético nos anos de 1932 e 1933 na Ucrânia"|Argentina]], [[Moção 680: "Fome da Ucrânia"|Austrália]], [[Resolução 7-00384|Itália]], Hungria, [[Declaração: "Em homenagem às vítimas das repressões políticas e da fome-genocídio na Ucrânia em 1932-33"|Lituânia]], Geórgia ou [[Resolução 1161:"Grande Fome da Ucrânia"|Polónia]]) já reconheceram o carácter genocidário do Holodomor. Por sua vez, na 58.ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas (2003) foi elaborada uma [[Declaração conjunta sobre o septuagésimo aniversário da Grande Fome de 1932-1933 na Ucrânia|declaração]], com o apoio de 63 estados-membros, prestando homenagem à tragédia nacional do povo ucraniano.


*Mais recentemente, o Presidente Viktor Yushchenko (Novembro de 2005) e os participantes do 4.º Fórum Mundial dos Ucranianos (Agosto de 2006) apelaram à comunidade internacional para reconhecer o Holodomor como um acto de genocídio.
*Mais recentemente, o Presidente Viktor Yushchenko (Novembro de 2005) e os participantes do 4.º Fórum Mundial dos Ucranianos (Agosto de 2006) apelaram à comunidade internacional para reconhecer o Holodomor como um acto de genocídio.

Revisão das 18h02min de 24 de maio de 2007

Imagem da cerimónia das velas acesas, em homenagem às vítimas do Holodomor (Kiev, 22 de Novembro de 2003).


  • A Ucrânia e as suas comunidades de emigrantes espalhadas pelo Mundo, irão comemorar em 2007-2008 o 75.º aniversário de um dos mais trágicos acontecimentos do século XX: a "Grande Fome de 1932-1933", também designada de Holodomor.
  • Morreram entre 3 a 6 milhões de ucranianos - sobretudo camponeses - em consequência de uma fome artificialmente provocada pelo regime soviético dirigido por Estaline.
  • Este genocídio teve como principal objectivo "castigar" os camponeses - a base social da nação ucraniana - devido à sua resistência à colectivização da agricultura e ao apego que manifestavam pela cultura e tradições nacionais. Numa clara demonstração dos seus intentos criminosos, o Governo da União Soviética executou de forma implacável as seguintes medidas:
  • confiscação das colheitas e das reservas alimentares dos camponeses ucranianos, recorrendo a todo o tipo de violências e abusos e colocando em grave risco a sua sobrevivência;
  • repressão de qualquer forma de resistência (deportação de populações; detenção em campos de concentração e fuzilamentos);
  • encerramento, pela polícia, das fronteiras da Ucrânia, impedindo que os camponeses procurassem alimentos na Rússia e em outras regiões, ou os transportassem para a Ucrânia;
  • proibição da venda de bilhetes de comboio e instalação de barreiras policiais nas estações ferroviárias e nas estradas que levavam às cidades. Centenas de milhar de famintos foram assim obrigados a regressar às aldeias, morrendo de fome;
  • revogação dos direitos de autonomia cultural, linguística e política da nação ucraniana, incluindo as comunidades que viviam nas outras regiões da União Soviética;
  • repressão da elite cultural e política (escritores, sacerdotes, dirigentes políticos, artistas, etc.), sob a acusação de nacionalismo.
  • O regime soviético, enquanto ia exportando para o estrangeiro milhões de toneladas de cereais, rejeitava as informações transmitidas pela imprensa ocidental, bem como as ofertas de auxílio humanitário.
  • Durante mais de 50 anos a diáspora ucraniana procurou divulgar a verdade sobre o Holodomor. Com esse objectivo, apoiou a investigação realizada por diversas entidades académicas, tais como a Comissão do Congresso dos Estados Unidos da América, presidida pelo historiador James Mace (1988) e a Comissão Internacional de Inquérito da Fome de 1932-1933 na Ucrânia, dirigida pelo jurista Jacob Sundberg (1990).
  • Só depois da desagregação da União Soviética e da recuperação da independência nacional ucraniana (1991), foi possível romper com o silêncio e a mentira. Foi instituído, no quarto sábado do mês de Novembro, o “Dia da Memória das Vítimas da Fome e das Repressões Políticas” e aprovada uma declaração do Parlamento da Ucrânia.
  • Os órgãos de soberania de diversos países (E.U.A., Canadá, Estónia, Argentina, Austrália, Itália, Hungria, Lituânia, Geórgia ou Polónia) já reconheceram o carácter genocidário do Holodomor. Por sua vez, na 58.ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas (2003) foi elaborada uma declaração, com o apoio de 63 estados-membros, prestando homenagem à tragédia nacional do povo ucraniano.
  • Mais recentemente, o Presidente Viktor Yushchenko (Novembro de 2005) e os participantes do 4.º Fórum Mundial dos Ucranianos (Agosto de 2006) apelaram à comunidade internacional para reconhecer o Holodomor como um acto de genocídio.
  • No âmbito do Artigo 93.º da Constituição da Ucrânia, em Novembro de 2006, o Presidente Viktor Yushchenko apresentou ao Parlamento (Verkhovna Rada) o Projecto-Lei "Sobre o Holodomor de 1932-1933 na Ucrânia" e salientou a necessidade urgente da sua aprovação, com vista ao reconhecimento do Holodomor, enquanto acto de genocídio contra o povo ucraniano.
  • A aprovação deste diploma, reveste-se de um significado político, social e moral de extrema importância, nas vésperas do 75.º aniversário do Holodomor de 1932-1933, pretendendo contribuir para o estabelecimento da justiça histórica, para a divulgação das causas e das consequências do genocídio do povo ucraniano, para a unidade do povo ucraniano em torno dos valores da tolerância e da paz, e para o reforço do prestígio internacional da Ucrânia.
  • Com vista a esse reconhecimento, a comunidade ucraniana em Portugal irá desenvolver várias iniciativas de divulgação e de sensibilização, dirigidas à sociedade civil e às instituições políticas portuguesas.
  • Por tudo isto, fazemos um apelo à vossa solidariedade, em nome dos ideais humanistas que partilhamos enquanto nações livres e dignas!


Lisboa, Novembro de 2006