Bem sei, Amor, que he certo o que receio: diferenças entre revisões
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Revisão das 03h19min de 6 de maio de 2006
- Bem sei, Amor, que é certo o que receio;
- mas tu, porque com isso mais te apuras,
- de manhoso mo negas, e mo juras
- no teu dourado arco; e eu to creio.
- A mão tenho metida no teu seio,
- e não vejo meus danos às escuras;
- e tu contudo tanto me asseguras
- que me digo que minto, e que me enleio.
- Não somente consinto neste engano,
- mas inda to agradeço, e a mim me nego
- tudo o que vejo e sinto de meu dano.
- Oh! poderoso mal a que me entrego!
- Que, no meio do justo desengano,
- me possa inda cegar um moço cego!