Horto (1910)/Teus annos

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TEUS ANNOS


A Eugenia B. de Albuquerque Mello



Teus annos amanhã. Fui ver, contente,
(E como procurei por toda parte!)
Um mimo que te desse... e achei, somente,
Meu triste coração, mimo sem arte.

Mas... o que dirás tu quando, de leve,
Bem cedinho batendo á tua porta,
Vires meu coração frio, de neve,
Pobre flor sem perfume e quasi morta?

Manda-o entrar... E dize, ó doce amada!
Que elle se aqueça d’esse olhar no brilho...
Vai de tão longe te pedir pousada:
Deixa-o ficar no berço de teu filho...

Angicos. – 2 de Maio de 1896.