Monja (1893)

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Ó Lua, Lua triste, amargurada,
Phantasma de brancnras vaporosas,
A tua nivea luz ciliciada
Faz murchecer e congelar as rosas.

Nas floridas seáras ondulosas,
Cuja folhagem brilha phosphoreada,
Passam sombras angélicas, nivosas,
Lua, Monja da cella constellada.


Philtros dormentes dão aos lagos quiétos,
Ao mar, ao campo, os sonhos mais secretos,
Que vão pelo ar, noctambulos, pairando...

Então, ó Monja branca dos espaços,
Parece que abres para mim os braços,
Fria, de joelhos, trémula, rezando...