O fim

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Endechas de calhandra à luz da aurora,
Feixes de oiro a tinir por sombra atados,
Que iam rolando por vergéis em fora:

Raios de sóis de amor na chã deixados,
Mortos, e ainda quentes muito embora;
Choros de riso aos lábios pendurados;

Existência, que em horas foi diluída;
Taça, em que resta o aroma, mas vazia:
Cadáveres de instantes da alegria,
De rosas negras, sem olor, cingida...

O que recorda a festa da partida,
Treno surdo, que chega ao fim do dia
Sem mais alva, e mais outra cotovia...
Sabeis... que é isto, ó náufragos da vida?...