Obras poeticas de Ignacio José de Alvarenga Peixoto (1865)/Advertencia sobre a presente edição/(A idade, aquella idade, que primeiro)

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A idade, aquella idade, que primeiro
Vio em mão delicada o sceptro e o mando,
E a Egypcia, que a ruina pôde amando
Duas vezes causar ao mundo inteiro:

Que vio levada de furor guerreiro,
Parte da trança negra ao vento dando,
Correr c’um peito atado, outro ondeando
A usurpadora mãi do Assyrio herdeiro:

Que vio co’ a mão, que erguêra uma cidade
Confundir com o dom da mão troyana
Um resto de fraqueza e de saudade;

Que ultrajada belleza, alma romana,
Vio nadar o seu sangue; — aquella idade
Tudo não vio porque não vio Joanna!