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Estatua de Frei Caetano Brandão


Na sessão do Conselho municipal de 21 de Março, o vogal Dr Lyra Castro, hoje vice-governador do Estado, enviou á mesa um parecer da 1ª e 4ª commissões, terminando por uma resolução que tratava da erecção de uma estatua de Frei Caetano Brandão, virtuosissimo prelado a quem deve a população paraense os mais assignalados serviços.

Essa resolução, depois de approvada, foi com todas as formalidades legaes publicada sob o numero 54 pelo senador Antonio José de Lemos, intendente de Belem.S. Ecia, conscio dos sentimentos de gratidão e sympathia popular que essa homenagem consubstanciava, lavrou contracto com o illustre pintor De Angelis, a 24 de Março de 1899, incumbindo-lhe a feitura da estatua e tudo mais que lhe fosse concernente.

O emerito artista, a quem devemos muitos quadros e paineis, acceitou esse afanoso encargo mediante a quan­tia de 50 mil francos, assumindo a responsabilidade esthetica do monumento e obrigando-se ás despesas de trans­porte e collocação.

Embora o plano da estatua se deva ao egregio pintor italiano, não puderam ser por elle ultimados os trabalhos complementares do monumento, em vista do mal incuravel que contrahiu em Manaos e que o levou á sepultura.

O pintor Giovanni Capranesi, amigo e socio de De Angelis, continuou a obra esboçada, cuja execução fora confiada ao esculptor E. Quatrini, sendo o dezenho de De Angelis. O dezenho definitivo do monumento foi feito pelo architecto G. Fognetti e a fundição effectuou-se na casa Bastianelli, de Roma.

O monumento representa o Bispo com os revestimentos solennes, de mitra, baculo e capa magna, recamada de adornos em alto relevo.

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