Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/130

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Eu sou um pobre; mas raios me parta, que se eu tivesse assim umas filhas... Olhe... (batia com o pé em cheio na relva) esmagava-as como quem esborracha uma toupeira. Deus nos livre de bêbedos! Deus nos livre de bêbedos! Você bem sabe o que isso é, mestre Zeferino, que pelos modos lá por casa não tem pouco que aturar a seu pai, que também as agarra muito profeitas! Olhe você como ele se tolheu quando foi, dia de Natal, dar fogo aos de Santo Tirso! Aquilo só com meio almude no bucho!

— Não é tanto assim atalhou o sargento-mor de Lamelas.— Não lhe digo que meu pai não tivesse algum graeiro na asa; mas o que ele fez não era você capaz de o fazer, tio Manuel.

— Ah! isso não, bem o pode dizer, mestre Zeferino. Nunca me emborrachei, aqui onde me vê com cinquenta anos já feitos; mas, se algum dia me emborrachar, que ninguém está livre disso, prego-me a dormir e não vou atirar-me ao Ave em Dezembro; àgora vou, se Deus quiser. Vai-se pôr o alma do Diabo a dar vivas ao D. Miguel!