Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/142

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— Foi assim! — exclamou o Cerveira erguendo-se de salto. — O Saldanha era meu capitão quando eu era cadete; conhecia-me. Mandou-me chamar à sua presença; que me fizesse liberal, e me entregavam a minha espada; e eu (batia duramente no peito com as mãos ambas), eu, padre, eu, aqui onde me vê, disse-lhe que levasse o Diabo a espada para as profundas dos Infernos; que a minha espada tinha-me dado o Sr. D. Miguel I, e que ele me daria outra, quando fosse precisa. Ficaram estarrecidos; e o patife do Saldanha, que tinha sido um realista de todos os diabos, quando era o gajo da Isabel Maria, chamou-me estúpido. E eu, vai não vai, estive a mandá-lo...

Disse o resto. O padre riu-se, e pediu-lhe licença para continuar a leitura, porque se chegava a hora de ir dizer a missa.

— Ande lá.

Desgraçadamente o vosso heroísmo e amor à minha causa legítima não foi muito imitado. Eu perdi a coroa, mas a perda maior foi a de amigos como vós, bem poucos, mas que valem um remo.