Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/155

Wikisource, a biblioteca livre

em 34, e saboreava agora na policia secreta uma qualquer prebenda honestamente ganha. Ele dispôs a soldadesca à volta da casa, debaixo das janelas, rente ao muro do passal, e mostrou ao sargento a porta de carro. Rompia a aurora quando a passarada do arvoredo se esvoaçou piando, alvorotada pelo estrondo das coronhadas à porta principal, e uns berros formidáveis:

— Abra! abra! senão vai dentro a porta!

O abade saltou da cama, espreitou por uma fresta das portadas, e viu um cordão de soldados, a olharem para as janelas, e com as baionetas nas espingardas. Correu descalço para a sala contígua à alcova do hóspede, e encontrou-o no meio da quadra, em fralda, a enfiar as calças, quase às escuras, com a respiração ansiada.

— Que é? — regougou o homem numa estrangulação de susto, muito ofegante.

— Tropa, senhor, tropa! Fuja depressa, que eu vou esconder Vossa Majestade na adega antes que arrombem a porta.

As coronhadas e as intimações ameaçadoras repetiam-se. Uma algazarra de Inferno. Vozes roucas