Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/157

Wikisource, a biblioteca livre

cima das pipas e deixe-se escorregar para o lado de lá. Cosa-se bem com a parede; se vierem revistar, não se bula, não se bula, senhor!

O homem ficou em cega escuridade. Quando resvalava com as costas pela parede, as teias de aranha despegavam-se dos vigamentos de que pendiam, enrodilhavam-se-lhe viscosas ao nariz e aos beiços. Ele sacudia-as, cuspinhava com nojo, queria acocorar-se, mas não cabia. Ouvia rojos de ratazanas por debaixo das pipas, e lá fora o rodar das portas que se escancaravam com estridor.

Em cima, o sargento e três soldados entraram e examinaram vagarosamente os quartos e recantos.

— Senhor Abade, ponha para aqui o rei — disse o sargento, um farsola, o Pílula do 8 — queremos o rei e algumas botijas de genebra. A garrafeira da casa real deve ser coisa muito rica! Venha primeiro o Sr. D. Miguel, que lhe queremos fazer uma saúde.

— O senhor está a mangar! — disse o abade afinando pelo tom da chalaça. — Genebra, se a querem,