Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/173

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— Olha quem ele é! Oh que traste! que grande mariola! Forte malandro!

— Quem é? quem é? —perguntavam todos.

— É o Veríssimo, foi furriel da minha companhia, andou com o Remexido, e safou-se de Messines com o pré dos guerrilhas.

O Cerveira inclinou-se ao pedreiro e disse-lhe à orelha:

— Ouviste, ó Zeferino?

— Estou banzado! —murmurou o outro.

— Olha que espiga! três contos! hem?

— Raios parta o Diabo! — disse o pedreiro, numa síntese condensada da sua incomensurável angústia.

Minutos depois, o padre Rocha encarava de frente o Cerveira, chamava-o de parte e dizia-lhe:

— Está desenganado, meu amigo? Eu, para corresponder à confiança de V. Exª, impus-me o dever de o salvar de um roubo de três contos, e da vergonha de ser logrado por um impostor. O maior serviço que podemos fazer ao Sr. D. Miguel é entregar à justiça um infame que se serve do seu sagrado nome para roubar os amigos