Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/196

Wikisource, a biblioteca livre

desfez atritos, removeu dificuldades, convenceu afinal. Tinham de partir para o Alto Minho, os dois. Libânia iria para Ramalde trabalhar nos teares da Grainha, que lhe dava comida, cama e doze vinténs por dia. Venderiam a um adeleiro da Rua Chã os trastes para o Veríssimo se enroupar de pano piloto, quinzena e calças com alguma decência, roupa branca, reforma das botas cambadas, chapéu de feltro e um paletó de agasalho.

Na quinta -feira gorda, a Libânia, com exemplar coragem, foi para Ramalde. A Grainha negociava em teias, ia vendê-las ao Douro, tinha visto em Gouvinhas o limpo trabalho da rapariga, e quando a encontrou no Porto:

— Olhe, moça, quando quiser ganhar a vida honradamente, lá estamos em Ramalde. Uma de doze, comer como eu e lençóis lavados na cama.

O Nunes e o Veríssimo foram juntos até perto de Braga. Aí, o de Calvos seguiu para casa, e o outro no sábado gordo partiu para a Póvoa de Lanhoso.