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— Você que me diz?! Como sabe isso? Pataratas!

— Chego agora do Porto; estive com o escrivão fidalgo, o Ferreira Rangel, e com o abade Gonçalo Cristóvão. El-rei está nesta província. Desconfia-se que é em Braga, e o José Alvo Balsemão disse-me que talvez eu o visse brevemente no nosso concelho, porque o levantamento há-de começar por aqui.

— Que me diz você, amigo Torcato? — sacudia os braços, fazia estalar os dedos como castanholas, tinha gestos mudos de exultação extática — que ia escrever ao abade de Priscos, que indagasse, que aparecesse... — É preciso trabalhar, preparar os ânimos...

— Chitão! — acudiu o Nunes com o dedo a prumo sobre o nariz. — Nada de espalhafato! Não ferva em pouca água, abade. Se der à língua, esbarronda-se o negocio. O rei só há-de aparecer aos seus amigos quando os generais entrarem pela Galiza. Não fala a ninguém; não se dá a conhecer. Diz que só falara em Lisboa com o conde de Pombeiro e com o Bobadela, e no