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— Parece-me que sim — o padre limpava à pressa os beiços amarelos dos ovos do arroz-doce. — Mas isso que quer dizer? Você está doido, ou temos carraspana, amigo Nunes?

— Homem! venha comigo, e depois chame-me doido ou borrachão, lá como quiser; mas não se demore que eu estou em brasas vivas.

— Aí vou, aí vou, não se atrigue. Vai uma pinga do choco?

— Venha de lá isso. — Bebeu de um trago, e pediu outro: — Agora, à saúde de el-Rei! à saúde daquele que talvez esteja bem perto de nós! a cem passos!

— Toque! — exclamou o abade.

Pelo caminho, disse-lhe o Nunes que era preciso o maior disfarce, não olhar muito de frente para ele, e só deviam falar-lhe se a ocasião viesse muito a jeito.

— Você está a sonhar, homem!

Quando entraram à eira, já tinia começado a festa. Veríssimo estava em pé, com a mão direita apoiada nas costas da cadeira. De um e de outro lado remexia-se a turba, muitas raparigas a rirem