Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/236

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de ser sua nora, nem que a levasse o Diabo, e Deus lhe perdoasse, se pecava. Justificava se dizendo que a Marta era de ruim casta; que a mãe, a Genoveva, dera desgostos ao homem, pintava a manta nas romarias, andara muito falada com um frade de Santo Tirso, e um dia pegara a dar gritos na igreja; toda a gente disse que ela tinha o Demónio no corpo, e afinal morrera doida, atirando-se ao rio Ave.

E constava-lhe que o avô dela também não era escorreito, e quando já tinha sessenta anos mandara fazer uma sobrepeliz, abrira coroa, e onde houvesse um defunto lá ia com um ripanço à igreja e punha-se a cantar como os padres. A tia Maria de Vilalva tinha inconsciente mente este horror moderno, científico da hereditariedade mas o que mais a impulsionava na sua resistência aos rogos do filho era ter sido má mulher e mãe de Marta De má árvore, ruim fruto — era toda a sua filosofia, que se encontra diluída modernamente nas explorações fisiopsicológicas de Janet, de Maudsley e no determinismo.