Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/245

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principiava a desvigorizar-lhe o como, implicava-lhe com a atonia da alma. Sentia o egoísmo indolente dos enfermos minados pela consumpção lenta. Invejava a robustez do irmão, um trabalhador forte que dormia dez horas, e ao romper da aurora ia lavar a cara ao tanque e pensar o gado com uma grande alegria, de assobios remedando as requintas das chulas. Passava muitas horas com o seu confidente, o padre Osório. Pedia-lhe conselhos — que arranjasse modo de ele poder casar com a Marta.

— Que eu — dizia com desalento — não vou Longe; mas queria remediar o mal que fiz.

A Marta escrevia-lhe para Caldelas, porque a tia Maria de Vilalva, uma vez que lá viu um garoto com carta para o filho, deu sobre ele com um engaço, que por pouco o não apanha pela cabeça com os dentes do instrumento. As cartas eram desconfianças, receio do abandono, lágrimas. O pai não a mortificava. Pelo contrário, dizia-lhe a miúdo:

— Se o Zé de Vilalva não casar contigo, talvez seja a tua fortuna, porque pode ser que teu tio adregue de gostar de ti, e