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Vilalva ficava-lhes a jeito, no caminho de Famalicão. O amante de Marta ouvira grande alarido e vira ao longe a multidão que galgava um outeiro turbulentamente. Viase desfraldado no ar, em oscilações largas, o pano escarlate de uma bandeira: era um pedaço do velho estandarte que servia nas procissões de Santa Maria de Abade. José pediu ao pai que fugisse. O regedor disse que não — que nunca tinha feito mal a ninguém, nem sequer prendera um refractário: que o mais que podiam fazer era tirar-lhe o governo.

José Dias tinha medo às cobardes ameaças do Zeferino; diziam-lhe que o pedreiro jurara matá-lo, e já constava que era ele o chefe da guerrilha, em que se alistaram todos os ladrões e assassinos conhecidos na comarca. A mãe empurrava-o pela porta fora — que fugisse para Caldelas; que não fosse o Diabo armar-lhe alguma trempe por causa da Marta, da tal bebedinha que não dera cavaco ao pedreiro. Ele deitou o selote à égua e fugiu a galope; mas o regedor, com a sua consciência ilibada, esperou os revoltosos