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Neste tempo já o Zeferino da Lamela se tinha declarado com o Simeão de Prazins, de um modo quase original.

— Você quanto deve, ó tio Simeão? — perguntou.

— Quanto devo? Você quer pagar-me as dívidas?

— Pode ser. Você deve à Irmandade de Nossa Senhora de Negrelos um conto e cem mil-réis; você deve de tornas a seu irmão quatrocentos. Há-de andar lá para um conto e quinhentos, p’ra riba que não p’ra baixo.

— É isso; você sabe a minha vida melhor que eu a sua — um conto e quinhentos e pico.

— Quanto é o pico?

— Obra de dez moedas, mais pinto menos pinto. Miudezas na loja ao mercador e um restito da vaca amarela que comprei ao Tarraxa na feira dos 13.

— Você quer fazer um cambalacho? — tornou o pedreiro recuando o chapéu para a nuca e pondo-lhe as mãos espalmadas com força nos ombros.