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Simeão de Prazins, como regedor, foi chamado a Famalicão e incumbido de dirigir a diligência militar que devia dar um assalto a Lamelas, a casa do Zeferino, onde se haviam denunciado as espingardas com que alguns miguelistas se tinham recolhido, contra as condições estipuladas no protocolo de Gramido. O regedor compreendeu o perigo da empresa; pediu que o demitissem; mas a autoridade impôs-lhe com azedume o cumprimento dos seus deveres, e negou-lhe a demissão.

Quando o Zeferino, sucumbido à carga dos reveses, indiferente à vida e à morte, se chamava infeliz e desgraçado, o destino implacável preparava-lhe novo desastre. Ele, ao romper da manhã, depois de uma insónia febril, sonhava que era sargento-mor das Lamelas e assistia à formatura do regimento de milícias de Barcelos debaixo do solar de D. Maria Pinheiro. Na janela gótica do velho edifício da época de D. Afonso IV estava D. Miguel I assistindo ao desfilar do seu exército vencedor, em que havia muitas músicas marciais, de fulgurantes trompas, tocando o