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de bancos e a parede uma velha clavina. Sentou-se à lareira e disse à mulher que tivesse mão na candeia. Enroscou o saca-trapo na ponta da vareta de ferro e descarregou a arma, tirando primeiro a bucha de musgo, e depois, voltando o cano, vazou o chumbo na palma da mão.

— Ó Joaquim, vê lá o que vais fazer! — insistia a mulher, limpando os olhos com a estopa da camisa. E ele, assobiando o hino da Maria da Fonte, despejava a pólvora da escorva, desaparafusava a culatra e tirava as duas braçadeiras. A mulher soluçava, e ele cantando numa surdina rouca:

Leva avante, portugueses,
Leva avante, e não temer...

— Pelas chagas de Nosso Senhor, lembra-te dos nossos pequenos.

E o Melro numa distracção lírica:

Pela santa liberdade,
Triunfar ou padecer...