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de bruços, quando o taverneiro e o Tagarro o seguravam pelos sovacos. Era o Zeferino.

Quando, à meia-noite, o Alma Negra entrava em casa pela porta do quintal, encontrou a mulher ainda de joelhos diante da estampa do Bom Jesus do Monte. Ao lado dela estavam duas filhas a rezar também, a tiritar, embrulhadas numa manta esburacada, aquecendo as mãos com o bafo.

O Melro mandou deitar as filhas, e foi à loja contar à mulher, lívida e trémula, como o Zeferino morreu sem ele pôr para isso prego nem estopa. Ela pôs as mãos com transporte e disse que fora milagre do Bom Jesus; que estivera três horas de joelhos diante da sua divina imagem. O marido objectava contra o milagre — que o compadre não lhe dava a casa, visto que não fora ele quem vindimara o Zeferino; e a mulher — que levasse o demo a casa; que eles tinham vivido até então na choupana alugada e que o Bom Jesus os havia de ajudar.