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É a minha filosofia. A mulher si quer roliça, de manêras que a gente ache nos braços ela.

O devasso fazia corar o casto noivo. A Marta, à sobremesa, não lhe percebia umas graçolas obrigatórias em bodas canalhas, que faziam náuseas à aristocrática D. Teresa, muito pontilhosa em não admitir equívocos. O vigário achava no barão a salobra brutalidade que faz nos inteligentes a cócega do riso que o Cervantes, o Rabelais, o Swift e o português Sr. Luís de Araújo nem sempre conseguem quando querem.

A Marta, numa tristeza inalterável, desde que saiu da igreja. Ao fim da tarde, fechou-se com D. Teresa no seu quarto, abriu o baú, e tirou do fundo o pacotinho das cartas do José Dias, e disse-lhe:

— A senhora há-de guardá-las; e, quando eu morrer, queime-as, sim?

— E se eu morrer adiante de ti? — perguntou D. Teresa risonha.

— Diga então ao Sr. Padre Osório que as queime: porque olhe — e abraçou-se nela a chorar, a soluçar — eu... eu morro, ou endoideço.